A Cisterna Portuguesa de El Jadida
Existe um Olhar
24.09.19
No início do século XVI, os portugueses ocupavam vários lugares no Atlântico para fins estratégicos e militares. Uma dessas praças era Mazagán, na qual eles construíram um castelo aproveitando um antigo local da Almohad. Quase quarenta anos depois, o castelo foi reforçado com paredes e a sala de armas foi condicionada como uma cisterna de grande capacidade para suportar longos cercos. Em 1769, as tropas do sultão Sidi Mohammed Ben Abdellah invadem a cidade que agora é chamada El Jadida (a nova), um nome que mantém até hoje.
Em El Jadida a Cisterna Portuguesa é a jóia da coroa do legado arquitetónico da época colonial em Marrocos
É uma grande sala quadrada com um teto formado por 36 abóbadas que se apoiam em 25 colunas e a estrutura possui um óculo central ou clarabóia que permite a entrada de luz. O seu estilo gótico manuelino é único na África. O conjunto impressiona com sua robustez, sua luz semi-leve e os reflexos da arquitetura na água. Lembra mais um local sagrado de meditação do que de um enclave militar. Após o abandono português a cisterna de El jadida permaneceu escondida por dois séculos. Em 1916, um comerciante redescobre-a casualmente, foi esvaziada manualmente e restaurada. Ficou famosa graças a Orson Welles, que transformou a cisterna num hamman pelo seu filme "Otelo". Atualmente, a galeria no topo é dedicada a um museu de pintura. É um local turístico reconhecido como Património Mundial pela UNESCO em 2004.
Poderão ver mais fotos aqui