Nunca temas as sombras, só significa que há uma luz brilhando.

 Já aqui falei sobre a Cidade do lixo no Cairo

Disseram-me que é muito difícil fotografar uma mulher neste sítio, curiosamente esta deixou-me fazê-lo , enquanto preparava o café. Por detrás dela amontoava-se o lixo, que a seguir iria separar para ser reciclado.
Não nos compreendíamos, só os nossos olhos comunicavam. Num gesto inesperado, ofereceu-me um café, numa caneca de  de limpeza duvidosa. Aceitei e percebi que ficou contente.
Agradeci e afastei-me.
No caminho ia pensando, como não entendo o que certas pessoas dizem e escrevem na minha língua e como entendi com um olhar tudo o que esta mulher me disse.
Há coisas inexplicáveis, só se compreendem com a voz do coração.

O corpo precisa de descanso.
A mente precisa de paz e o coração de alegria

O Vale dos Reis é onde o mito moderno do Egipto começou com a descoberta em 1922 do túmulo de Tutankhamon por Howard Carter, o túmulo foi encontrado com todos os tesouros com os quais ele havia sido enterrado. A fama de que a descoberta inaugurou uma nova era do turismo egípcio como os tesouros de Tutankhamon percorreram o mundo e geraram um grande interesse pela história do Egito Antigo. O vale não é muito impressionante à primeira vista, mas uma vez que começamos  a entrar nos túmulos escavados nas rochas, a nossa percepção muda completamente.

O Vale não é muito mais do que um desfiladeiro, mas escondido debaixo da terra estão os túmulos de quase 70 faraós. A escavação está em andamento em alguns deles, mas muitos estão abertos aos visitantes num cronograma rotativo para permitir a restauração. Ver as decorações ornamentadas nas paredes das tumbas e imaginar o meticuloso processo necessário para criá-las vale a visita, mesmo nos meses mais quentes.

Nunca deixe de sonhar pois quando sonhamos estamos levantando o primeiro degrau da escada da vida

Está-se bem à sombra.

Embora aqui só apareçam duas pirâmides, há mais.
Gostei de fazer o percurso com calma e a pé, no entanto haviam sempre uns senhores com camelos que insistiam  e ofereciam os seus serviços para que se fizesse o caminho montada num camelo a troco de algumas libras. Rejeitei sempre, mas eles eram persistentes, se aceitasse iria preocupada com as alturas e corria o risco de dar um trambolhão.

Depois de andarmos no Grande Deserto no Egipto  de jeep, a pé ou aos saltos nas dunas, finalmente chegámos a um oásis onde pudemos descansar junto de um lago com águas quentinhas e ladeado de tamareiras.

O Templo de Luxor, iniciado na época de Amenófis III e aumentado mais tarde por Ramessés II, tendo sido concluído apenas no período muçulmano, é o único monumento do mundo que contém em si mesmo documentos das épocas faraónica, greco-romana, copta e islâmica, com nichos e frescos coptas .

O Templo de Luxor, iniciado na época de Amenófis III e aumentado mais tarde por Ramessés II, tendo sido concluído apenas no período muçulmano, é o único monumento do mundo que contém em si mesmo documentos das épocas faraónica, greco-romana, copta e islâmica com nichos e frescos coptas e até uma mesquita (Abul Hagague).

Era dedicado ao deus Amom, mas não só, era também dedicado às divindades Mut (esposa de Amom) e Quespisiquis. As suas dimensões são menores do que as do Templo de Carnaque, e ambos são dedicados ao mesmo deus. O seu nome antigo era Ipep-resit, traduzido como "Harém do Sul", referindo-se às festas que uma vez por ano lá tinham lugar. Durante estas festas eram transportadas as estátuas de Amom, Mut e Quepsiquis de Carnaque para Luxor. Por volta do século II, o templo foi ocupado pelos romanos, mas foi sendo abandonado gradualmente. Foi coberto pelas areias do deserto, até que em 1881 o arqueólogo Gaston Maspero redescobriu o templo, que se encontrava muito bem conservado. Para iniciar a escavação, a vila que entretanto tinha crescido perto do templo teve de ser retirada, apenas permanecendo uma mesquita, construída pelos árabes no século XIII.

Nem uma brisa corria, o dia estava sereno, não fosse assim, as pegadas na areia tinham-se desvanecido.