Quero envelhecer sem temer as rugas e os meus cabelos brancos. Sem frustações, terminar a etapa final desta minha existência. Não quero deixar-me levar pelas aparências e vaidades tolas. Não me envolver com relações que me vão fazer infeliz.

Gostava de ter com quem conversar, para partilhar minhas alegrias e tristezas e assim ter alguém que se lembrasse de mim quando morrer.

Fui buscar esta imagem ao meu arquivo de fotos que retrata um idoso que vivia num lugar de uma pobreza extrema e em péssimas condições de vida.
Hoje passa um ano em que começou a famigerada guerra na Ucrânia.
Não deixo de pensar em todos os que estão a viver  momentos terríveis.
Casas destruídas, bombas, mortes e em todos os que conseguem fugir e outros que ficam caídos no caminho, mas penso sobretudo nos idosos e nas crianças que deixaram de ter sonhos e vivem em sobressalto permanente.

Gostava que tudo acabasse depressa e que se encontrasse a paz merecida e que o mundo se tornasse num lugar mais justo.

Um dia cuidaram, protegeram, amaram...depois todos partiram e esqueceram-se deles.

Hoje, muitos esperam, não sabem o quê, nem por quem, é a triste realidade dos nossos dias.
Felizes dos que têm quem ainda se lembre deles e os acolhem e retribuem quem tanto lhes deu.

-Dá-me a tua mão, podes escorregar.

Foi comovente ver a ternura deste casal e o cuidado com que se seguravam um ao outro enquanto desciam a calçada , já polida pelo tempo. Enternecem-me ver gestos destes, sobretudo quando se trata de pessoas de mais idade. Sensível eu?  Claro! E por que não?